sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Escorpião


Denso, inquieto, intrigante
Profundo, sorrateiro
Escorregadio
Inesperado e, por vezes, surpreendente

Se aproxima com o olhar
Devagar...
É insistente quando realmente quer algo (alguém)
Olha nos olhos
Dentro deles, como quem enxerga além
Observa sua presa, antevê seus movimentos
Se aproxima
Lenta e vigorosamente
Se apossa

Toma espaços

Poderoso, forte
Esconde bem seus medos
Na esperança de perdê-los
Não se mostra
Não se dá
Mas ele toma, ah... ele toma!

Escorpião traz em si um veneno
Desses que a gente se vicia em beber mais
Tem essa energia que transmuta
Muda tudo, cala, fere no silêncio
Arrebata na fala

Sedutor e perigoso
Visceral
Amante intenso
Amor em silêncio

Escorpião é desafio
Pode ser que passe sem machucar
Pode ser que nem arranhe o coração

Pode ser que não.

Escorpião é prazer desmedido
Algo escondido...
Escorpião é algo que queima.

Há algo de escorpião em mim
Profundo, calmo, desconfiado
E pronto pro ataque.

Há um escorpião em mim...


2 comentários:

  1. Fico sentido lendo esse texto. Porque vivi todas essas experiências com um "escorpião". E realmente: quando uma pessoa de escorpião entra na sua nada fica normal, pra pior ou para melhor... algo sempre muda.
    Você, Cláudia, como sempre foi pontual e certeira neste poema...

    Bjos

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  2. Sou escorpião, e seu poema é um ode ao signo e me retrata fielmente, sou tudo isso e um pouco mais... Mistérioso!!!

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